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Caos e governabilidade

Já faz alguns anos, 13, para ser mais exato, que venho denunciando o modelo de governabilidade levado ao extremo pela gestão petista. A bem da verdade, trata-se de uma criação conjunta PSDB e PT, visto que o auge da experiência foi a aliança que vigorou por vários anos em Minas, entre os dois partidos.

Quem tiver paciência para ler os posts antigos vai ver que esse tema sempre foi recorrente. Minha primeira denúncia ao problema ocorreu no ano de 2004, creio, num evento do Ministério Público do Espírito Santo, no qual denunciei que o apoio que Lula conseguiu do PL àquela época, e que implicou a cessão do Ministério dos Transportes e do então DNER (atual DNIT) àquele partido, mostrava que se mantinha intacto o modelo de governabilidade utilizado pelo PSDB.

Com o passar do tempo, o PT levou o modelo ao extremo de suas possibilidades. O resultado não poderia ser outro, visto que esse modelo implica o desgoverno, pois um partido não pode interferir na pasta de outro partido, menos ainda no que diz respeito aos desvios de verba, que são o sustentáculo das alianças.

O que ocorre nesse momento nada mais é do que o escancaramento da podridão interna do modelo: como Dilma e seu partido resistem a dar ainda mais para o PMDB, a conta vai ficando muito salgada, e a exposição das mazelas daqui e de lá vão sendo mostradas, com gosto. É impressionante a capacidade dessas pessoas em agir dessa maneira – parece que nada mais os detém. Estão dispostos a tudo para conseguirem mais e mais nacos do orçamento público para suas demandas insaciáveis.

Imagine agora, por um pouco, um novo governo guiado por esse tipo de conceito: isso é tudo o que PT e PSDB têm a oferecer, mais do mesmo. Marina Silva é a única peça nesse tabuleiro que já percebeu a necessidade de mudar o modelo, e propôs algo em seu lugar. Eduardo Campos adere à ideia para ter Marina como vice e por causa do valor da ideia para seu discurso e campanha. Eles representam, nesse momento, a única esperança de mudança concreta de modelo – vamos ver se chegam lá, e se, chegando, conseguem fazer algo novo.

A esperança de mudança, no entanto, reside mesmo é na possibilidade de que a sociedade acorde e comece a pressionar seus governantes. Sem esse avanço muito as conquistas serão muito limitadas. É hora do cidadão acordar, do contrário, esse tipo de governabilidade nos aprofundará cada vez mais naquilo que tem como resultado necessário e inescapável: o caos – sem qualquer exagero.

 

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