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Chega de choro (2): uma nova agenda para o País

A prioridade absoluta no País, a meu ver, é a redução da desigualdade. É necessário fechar o sorvedouro de dinheiro que canaliza verdadeiras boladas de recursos orçamentários para os ricos, e criar condições para a emancipação do pobre. O primeiro desafio deve ser enfrentado mediante a redução das taxas de juros e mediante o combate à corrupção. O segundo, com investimento (não necessariamente financeiro) na Educação.

A insistência do Brasil em permanecer como um dos campeões da desigualdade no País deve-se em parte ao fato de que os canais de concentração de renda são bem mais efetivos do que os canais de distribuição de renda. Os valores transferidos via programas sociais correspondem a pequenos percentuais em relação aos valores pagos a títulos de juros da dívida pública (que vão para os mais ricos) e em relação aos valores desviados pelos esquemas de corrupção (que também vão para os mais ricos).

A conta da dívida da nação não vai recair pesadamente sobre aqueles que usufruem dos juros pagos por ela – claro que não, eles são os credores. Quem paga a conta são os demais. A possibilidade de redução das taxas de juros está diretamente relacionada com a racionalização do gasto público, feito que poderia reduzir a necessidade de financiamento do setor público. Essa racionalização corresponde a uma combinação entre combate à corrupção e ao desperdício. No modus operandi político dos governos do País e do DF, hoje, isso não é viável. A tarefa é árdua, pois a corrupção é, também, e ao mesmo tempo, o modus operandi da gestão dos governos. É ingenuidade pensar, como alguns atores políticos de bom caráter o fazem, que a eleição de pessoas de bem, que sejam competentes, vai solucionar o problema. A corrupção como modus operandi da política poderia até ser superada por esse ator, mas a corrupção como modus operandi da gestão pública demanda ações de combate sistemáticas.

O nó da Educação parece menos difícil de se resolver, dada a pequena complexidade de insumos dessa atividade pública. Com certeza não é fácil. Não trago a princípio qualquer sugestão, apenas identifico o problema. A Educação é a grande dívida dos governos pós-militares no País. Sem a o investimento na Educação não haverá possibilidade real de emancipação do pobre, a esquerda sabe disso conceitualmente há muito tempo e os liberais o sabem na prática.

A lógica da corrupção política aponta para a necessidade da manutenção do pobre na ignorância – daí a não solução do problema da Educação, ou, da falta de tentativa de se resolver o problema. Eduardo Campos tem falado nisso – se for eleito e levar a ideia adiante promoverá um avanço espetacular para o País.

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