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Estrelas que sobem, estrelas que descem.

A eleição de Haddad é uma boa novidade no cenário político brasileiro, na medida em que se trata de uma renovação necessária da liderança petista – um nome sobre o qual não pesa qualquer mácula até aqui. É fato que Haddad não representou o avanço necessário na educação brasileira, mas é fato também – e isso é de grande relevância – que seu nome nunca foi vinculado a qualquer esquema de corrupção.

A frente da cidade com maior orçamento do País, Haddad poderá se consolidar como uma forte liderança do PT, e também liderança nacional, caso estabeleça um claro compromisso com os valores éticos históricos de seu partido. O Brasil precisa disso, assim como o PT, que deveria deixar de lado qualquer ideia de confrontação com o Supremo Tribunal Federal por causa da condenação dos atores envolvidos no mensalão. É hora do resgate da moralidade pública pelo partido mais importante do País desde a redemocratização. Dilma, até agora, saiu-se bem nesse papel e Haddad pode vir a ser um elemento de fundamental importância nesse processo de resgate.

De outro lado, Serra parece sepultado politicamente – embora essa turma volta e meia ressurja das cinzas. Serra nunca foi a coisa ruim que o PT quis fazer dele, mas, ao mesmo tempo, nunca conseguiu se impor como liderança mobilizadora de seu partido. Perdeu uma disputa interna para Alckmin e, depois, impôs-se equivocadamente diante de Aécio Neves – candidato que teria tido alguma chance diante de Dilma.

A perda da prefeitura de São Paulo pelo PSDB tem o aspecto ruim de fragilizar ainda mais uma frágil oposição que existe no País, e de fazer crescer a importância de Aécio Neves dentro do partido e como candidato para 2014. Mas, Aécio está perdendo cada vez mais terreno para Eduardo Campos como opção viável à reeleição de Dilma. O que não é ruim, visto que o sistema de cooptação de Aécio utilizado em Minas é ainda pior do que o sistema de cooptação que Lula fez e Dilma vem fazendo.

Seria interessante que Campos se arriscasse desde já e partisse para a oposição. Já tem musculatura política para isso, e poderia ser uma alternativa bem mais viável ao que o PSDB vem tentando fazer – sem nenhum cacoete para tal. O PDSB vai rumando para a insignificância, assim como o DEM. Esses partidos precisam de novas lideranças, que não estão surgindo. PT e PSB, por outro lado, apresentam lideranças em ascensão. Resta testar o compromisso ético de cada uma delas, condição indispensável para mudar o rumo do País.

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