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Inversão de papéis

O Estado de São Paulo de hoje traz uma história que deve merecer o adjetivo “estarrecedora” para os protestantes. Ophir Cavalcante, presidente do Conselho Federal da OAB, cujo mandato vem se caracaterizando pelo combate à corrupção na administração pública, vetou o nome do deputado evangélico Eduardo Cunha como relator da comissão especial encarregada de analisar alterações no Código de Processo Civil. A razão foi sua não vinculação ao “mundo do direito”, ou seja, falta de conhecimento jurídico.

Cunha, por sua vez, passou a lutar contra a reeleição de Ophir para o Conselho Federal da OAB, e, pasmem, articulou a apresentação de dois projetos de lei, um prevendo a eleição direta para a presidência da OAB, e outro extinguindo o exame realizado pela OAB para permitir a qualificação e o registro profissional dos alunos que se formam em direito.

Eu gostaria de ver o evangélico deputado combatendo a corrupção, exigindo a qualificação de parlamentares para o exercício de funções relativas ao processo legislativo e primando pela melhor qualificação dos profissionais de direito no País. Gostaria, também, de vê-lo lutando contra o uso pessoal do processo legislativo. Penso que isso é o que devemos esperar de qualquer um que proponha qualquer associação com o nome de Jesus Cristo. 

Segundo o Estadão, Eduardo Cunha é um dos articuladores da bancada evangélica. Creio que o nome mais apropriado para esse grupo poderia ser bando evangélico, ou gangue evangélica. Normalmente, evitam-se tais definições a bem de possíveis exceções que, se de fato existem, nunca se manifestam. Por isso, eu estou aqui deixando meus escrúpulos, para unir-me a Jesus na denúncia desses sepulcros caiados, guias de cegos, ladrões de dinheiro público, manipuladores da fé de gente de bem.

Quem não for nada disso não se sinta ofendido, essa ira em nada o afetará.

As manifestações que estão em linha com os ideais do reino de Deus, há muito, não são de autoria de deputados evangélicos. Os que carregam o nome de Jesus Cristo pouco têm a ver com ele. Muitos que jamais mencionam seu nome, no entanto, professam seus valores em cada atitude que tomam, e em sua ação política.

 

Este post tem um comentário

  1. Os verdadeiros seguidores de Jesus Cristo não gostam do exibicionismo farisaico de alguns líderes que se auto proclamam os únicos representantes de Cristo.

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