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Os equívocos compreensíveis

Desde que me candidatei pela primeira vez à Câmara Legislativa do DF, em 2002 pelo PPS, tenho que dar explicações sobre minhas motivações. Acho que isso é desnecessário. Quem se candidata a uma vaga no Poder Legislativo quer servir seu povo, mediante a fiscalização das ações empreendidas pelo poder executivo e mediante a ação legislativa, em sentido estrito. É por isso que as pessoas se candidatam, ou, é por isso que deveriam se candidatar.
Na verdade, tornou-se consenso que da ação político-eleitoral tira-se algum benefício financeiro privado, assim, uma pessoa de bem não tem razão para se candidatar, e, pior, vai se arriscar ao se envolver com “essa gente”.
O candidato é vítima de dois equívocos graves. O primeiro, a convicção que todos têm de que política eleitoral é algo ruim, do mal. O segundo, as ações do candidato, a qualquer tempo, têm como objetivo final sua eleição. A combinação desses dois equívocos é um pior: tudo o que faz alguém que já se candidatou e pensa em se candidatar novamente tem objetivos malignos (a palavra é essa mesmo, maligno). Coloca-se em suspeição tudo o que ele/ela faz, pois seus objetivos são escusos.
Outro dia um grupo de amigos de uma determinada entidade procurou-me para saber o que eu pensava a respeito, e se estava interessado em participar, de uma iniciativa cidadã em escolas do DF. Falei que podiam contar comigo. Posteriormente, comunicaram-me que a atividade seria desenvolvida, mas sem minha participação, pois as pessoas suspeitavam de que eu poderia fazer aquilo com interesses políticos.
Como a ação política-partidária-eleitoral é algo que compreendo dentro de minhas ações cidadãs, nunca vislumbro uma atividade como essa com o fim eleitoral. No entanto, mesmo que o fizesse, qual seria o mal disso? Essa suspeita constante me cansa e desanima um pouco porque já estou nessa área há anos, e acredito não haja nada em meu comportamento que possa gerar tais suspeições.
É  possível entender esses equívocos, pois a história recente do País nos dá muitos motivos para desconfiar de todo e qualquer político. Por outro lado, é uma situação muito, muito ruim. Dela se aproveitam, continuamente, os patrulheiros que não fazem nada e tentam, a todo tempo, impedir que outros façam, sob o manto dessas eternas suspeitas.

Esse post é mais um desbafo do que qualquer outra coisa…

Este post tem um comentário

  1. Justo desabafo.
    E bem arrematado: “…é uma situação muito, muito ruim. Dela se aproveitam, continuamente, os patrulheiros que não fazem nada e tentam, a todo tempo, impedir que outros façam…”

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