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Sobre campanhas e candidaturas

Uma reflexão tem me ocorrido ao longo dos últimos dias: estabelecer diferenças entre campanha e candidatura. Vou tentar esboçar um ponto de vista talvez inovador.

Há diversas pessoas fazendo campanha e buscando um lugar na Câmara Legislativa – assim como para outros cargos. O objetivo é ser eleito. Vale, portanto, fazer aquilo que dá certo. Um claro exemplo é a massificação da propaganda de rua, na tentativa de que o número do candidato, uma vez assimilado, seja digitado na urna no dia 3/10. As campanhas mais abastadas, segundo estimativas de gente do meio, estão entre 2 e 4 milhões de reais (para Deputado Distrital). Repetir o nome e o número a exaustão é a melhor estratégia para se conquistar o voto do eleitor que não compreende a importância de seu voto e vai à urna cumprir uma obrigação legal.

Outra característica de uma campanha é a busca por suprir uma falta inicial de consistência mediante o aprimoramento do discurso ao longo dos três meses de campanha. No entanto, proposta de se fazer o que nunca se fez antes constitui-se em risco acentuado. Não há garantia de que aquilo vá ser feito, e, numa próxima campanha o candidato pode buscar outros caminhos que lhe pareçam mais factíveis na perspectiva eleitoral.

Há também candidaturas, projetos que resultam de militância sócio-política. Candidaturas, portanto, se estabelecem como a continuidade de atividades e posturas que já são realidade ao longo dos anos. Além disso, candidaturas encarnam o ideal democrata: aquele que prescreve que todo cidadão pode votar e ser votado. Campanhas milionárias são a negação desse ideal.

Cuidado com campanhas. Excesso de exposição denotam a negação do ideal democrático, e sugerem a falta de  consistência da candidatura. Propostas ainda que bem elaboradas, mas não condizentes com a prática do candidato sugerem oportunismo. Quando um candidato, que inicialmente tinha uma candidatura, cede aos encantos das campanhas, sua candidatura, de qualquer maneira, ficou comprometida pela negação do ideal democrático, e pelo vazio de suas propostas.

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