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O grande ausente

Não se trata de um candidato, mas, de um tema que não marcou presença no debate dos presidenciáveis: o controle das contas públicas.

A prática de evitar o tema esteve evidente – o tanto que uma ausência pode ser considerada evidente… – desde os debates da corrida presidencial de 2002. Até aquele ano, cabia ao PT levantar a bandeira, que, a partir dali, não foi mais levantada.

Não assisti ao final do debate, mas mesmo que o assunto tenha sido mencionado, sua importância na campanha é mínima. Minha candidata, Marina Silva, foi a única que tratou do problema da corrupção, de maneira rápida,  em algumas intervenções, dizendo que lutaria contra ela com as “unhas da jaguatirica”.

Plínio de Arruda Sampaio, que se coloca como diferente de todos os demais candidatos – todos execráveis capitalistas, não dá importância ao tema. Dilma não pode falar no assunto. Serra não se interessa. Marina, em sua ética diferenciada, não quer atacar ninguém, e talvez por isso também evite o tema.

E parece que ninguém sente falta, mesmo porque raramente se fazem perguntas aos candidatos sobre o tema. Talvez a lógica da governabilidade tenha prevalecido, e a lei de Lula (“o PT só fez o que todos os outros partidos fazem”, ao explicar o mensalão) tenha sido sancionada no universo e no espírito da política brasileira.

Enfrentar a cristalização desse absurdo é um desafio e tanto.

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