Oito anos se passaram desde minha primeira campanha à Câmara Legislativa. O que mudou?
– Mudaram os partidos, e eu mudei de partido. O PPS àquela época ainda guardava muitos contornos – e militantes – do PCB. O nome Ziller ainda era reverenciado pelos que conheceram o velho Armando, meu paradigma pessoal de político. O PV era um conceito, mais do que um partido. O PPS veio fazendo escolhas oportunistas, para tentar fugir à cláusula de barreira, e hoje não se sabe mais de onde veio (nem parece herdeiro do Partidão) e para onde vai. Em 2006, no DF, fez a pior possível – coligou-se com Arruda, aliança que denunciei, fato que me deixou sem espaço no partido. Filiei-me ao PV na onda Marina Silva. O PV não é essencialmente melhor do que nenhum outro partido, tem inúmeros problemas internos; mas acolheu uma candidata à Presidência que nos inspira, que eleva a política a um patamar mais elevado.
– Declinou vertiginosamente, no DF, o voto ideológico da classe média no PT. Panfletar em 2002 era certeza de lidar com muita gente que nem pegava a propaganda por não ser do PT. Vários eleitores meus, hoje, vão dar um voto para um candidato que não é do PT pela primeira vez na vida. Não narro isso com alegria, ao contrário, a ausência do PT como referencial ético foi muito ruim para a política brasileira.
– Diminuiu a acomodação desinteressada. Em minha avaliação, os eleitores ou migraram para uma total desilusão ou para um engajamento maior. No meu universo, vejo engajamento que não existia – e em número crescente.
– Acumulei bagagem. E creio que bagagem boa. São seis anos desenvolvendo ações de combate à corrupção mediante a mobilização social. O exercício da fiscalização como obrigação do parlamentar, e a mobilização social para colaborar nesse processo são eixos centrais de minha proposta de ação política.
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